Com a rede 5G uma gama impressionante de serviços e processos vai se desenvolver, todas dependentes da computação de borda.
A cirurgia remota, por exemplo, vai se tornar possível. Com a rede 5G, um médico cirurgião pode controlar um robô cirúrgico a uma grande distância, com interação imediata em tempo real, incluindo não apenas a visão e o som, mas também a resposta tátil. A pilotagem remota de um veículo vai detectar lombadas e pressão do vento. Certamente, os carros vão se tornar autônomos, o que deve desencadear a reformulação permanente dos ambientes urbanos. Muito sofisticados, os drones se vão poder ser mais precisamente controlados do que nunca.
A maior sofisticação da IoT, possibilitada pelo 5G, vai melhorar os sistemas de detecção de desastres naturais. Os serviços de saúde vão implementar o monitoramento remoto de pacientes em tempo integral. Alunos poderão assistir às aulas virtualmente, em qualquer parte do mundo.
A confiabilidade da conectividade vai aumentar e chamadas perdidas vão ser coisa do passado. A duração da bateria de dispositivos móveis vai ser maior.
As desvantagens do 5G. Há desvantagens em troca do aumento da velocidade e da capacidade. No caso do 5G, o preço a ser pago é o aumento da complexidade.
A rede 4G trouxe inúmeras torres de celular, surgindo em toda lugar para oferecer ampla distribuição. O 5G, por outro lado, vai se manifestar com a adição de muitas antenas menores, para impulsionar a capacidade de dados, comportar melhor desempenho nos dispositivos que as utilizam e promover novas frequências que têm maior dificuldade com as barreiras físicas.
As redes 5G também vão precisar oferecer suporte a vários padrões (Wi-Fi, LTE, LAA etc.), especialmente para comportar a IoT.
Outro impacto da tecnologia 5G é que os dados e os sensores de IoT também vão aumentar: a implantação total de dispositivos de IoT, segundo o Gartner, vai atingir cerca de 38 bilhões de dispositivos assim que o 5G for implantado em todo o mundo.
E a computação de borda vai seguir o mesmo o ritmo. Em 2020, a IDC prevê que a infraestrutura de borda vai representar 18% dos gastos com IoT. Como resultado, o 5G, a IoT e a computação de borda estão convergindo para trazer novos recursos e gerar enormes quantidades de dados.
Outras questões vão surgir, e ainda não está claro como todas elas vão ser abordadas.
Mais largura de banda, menos cobertura. Uma consequência do aumento da largura de banda é ter mais células, e mais células significam um raio de cobertura mais restrito por célula. À medida que as redes 5G se expandem, esse problema vai ser corrigido automaticamente, mas, no início, a promessa de não deixar cair as ligações não vai poder ser cumprida.
Outro desafio é que parte da expansão da frequência 5G atinge a faixa de 6 GHz, que já está congestionada. Isso pode diminuir as velocidades reais de transmissão da rede, e talvez seja um problema que precise ser resolvido com o tempo.
Manutenção. Mais infraestrutura significa mais manutenção. E vai ser uma manutenção mais complexa, usando hardware 10 anos mais novo do que o implantado para o 4G hoje. Muitas regiões dos EUA (e mais ainda do resto do mundo) podem não ter prestadores de serviço qualificados o suficiente logo no começo, levando a interrupções quando as redes entrarem em operação.
Segurança. Um ecossistema digital mais complexo também significa maiores desafios de segurança. Maior velocidade é uma vantagem para os usuários, mas também é uma ferramenta para invasores mal-intencionados. Os ataques de negação de serviço distribuídos (DDoS) provavelmente vão aumentar, pois o 5G vai potencializar a participação da IoT nos sistemas empresariais em tempo real. A IoT foi desenvolvida sobre modelo antigo de cliente/servidor, com mecanismos de segurança antigos. Isso vai levar tempo para ser corrigido de forma a adaptar os sistemas.
A infraestrutura de rede 5G vai ser amplamente virtualizada com cargas de trabalho em contêineres, o que também expande as superfícies de ataque. O patching de segurança torna-se fundamental. Da mesma forma, redes definidas por software vão proliferar para acomodar novos dispositivos de IoT: veículos, hardware industrial, widgets de mídia. Isso também aumenta os riscos e vai exigir que os OEMs protejam o firmware.
fonte cisco.com.br